A Internet: fonte de informação sobre contraceptivos

Em uma sociedade cada vez mais conectada, torna-se comum recorrer à rede mundial para sanar dúvidas sobre saúde, sexualidade e métodos contraceptivos. Recentemente, uma pesquisa conduzida pela Ipsos a pedido da Bayer revelou que 59% das brasileiras entrevistadas apontaram a internet como principal fonte de informação sobre contraceptivos. Esse percentual sobe para 62% entre mulheres jovens de 18 a 29 anos.

Esse dado expressivo destaca uma tendência que traz oportunidades, mas também riscos. A facilidade de acesso é positiva — mas a qualidade das informações encontradas nem sempre é confiável. Neste texto, vamos aprofundar o panorama do uso da internet como fonte de orientação sobre contraceptivos, discutir desafios e propor boas práticas para buscar conteúdos seguros.

O cenário da pesquisa

Perfil do levantamento

  • A pesquisa envolveu mulheres de 18 a 60 anos.
  • Entre as mulheres mais jovens (18 a 29 anos), a predominância do uso da internet para buscar informações sobe para 62%. Correio do Povo
  • Entre as plataformas utilizadas:
    • 34% consultam sites e fóruns
    • 15% recorrem a grupos no WhatsApp, Facebook ou Instagram
    • 12% seguem influenciadores digitais em redes como Instagram, TikTok ou Kwai

Esses dados revelam que não só a internet é predominante, mas que múltiplos canais online são mobilizados — redes sociais, fóruns comunitários, vídeos curtos, etc.

Falhas no acesso à informação adequada

Apesar da ampla difusão digital, ainda há lacunas de conhecimento:

  • a há lacunas de conhecimento:
  • 91% das mulheres já utilizaram algum método contraceptivo ao longo da vida.
  • No entanto, há pouca familiaridade com métodos contraceptivos mais modernos e eficazes (como DIU e implantes).
  • Por exemplo, 89% afirmaram não saber diferenciar o DIU de cobre do DIU hormonal.
  • E 67% das entrevistadas desconhecem que o DIU hormonal deve ser coberto por plano de saúde — índice que sobe para 76% nas classes D e E.

Esses números revelam uma contradição: embora muitas mulheres busquem informação online, grande parte do conteúdo consumido não garante entendimento profundo ou correto dos métodos contraceptivos.

Gravidez não planejada e uso inadequado

Outro resultado preocupante: 25% das mulheres não utilizam nenhum método contraceptivo atualmente E, ao longo da vida, mais de 62% afirmaram ter tido pelo menos uma gestação não planejada.

As razões aparecem no estudo: falha de método (27%) e uso incorreto (20%) são apontados como causas principais das gestações não planejadas.

A grande maioria — 65% — acredita que mais informação de qualidade teria ajudado a evitar essas gestações não planejadas. Quase todas (93%) defendem expansão do acesso a conteúdos sobre métodos de longa duração, como o DIU e implante subdérmico.

Os riscos da desinformação online

Falta de embasamento científico

Como apontado por especialistas consultados no estudo, o problema não é usar a internet como fonte — mas sim apoiar decisões em conteúdos sem base científica. Relatos pessoais, mitos e experiências pontuais podem distorcer a percepção da eficácia e segurança dos contraceptivos.

Influência das redes sociais e “experiências pessoais”

O fenômeno é visível especialmente em plataformas como o TikTok, que concentram muitos relatos de uso de DIU — nem sempre alinhados com orientações médicas.

Estudos publicados em revistas médicas destacam que as redes sociais oferecem um ambiente com alto potencial de difusão de experiências subjetivas. Isso reforça a necessidade de diálogo entre profissionais de saúde, comunicadores e público para separar experiência pessoal de recomendação clínica.

Risco de decisões inadequadas

Se a mulher se baseia em informação imprecisa ou parcial, pode adotar métodos inadequados para seu perfil — ou até desistir de contracepção por medo ou insegurança. Isso pode elevar o risco de gravidez indesejada ou complicações de saúde.

Boas práticas para usar a internet como principal fonte de informação sobre contraceptivos (com segurança)

Para tirar proveito da internet sem cair em armadilhas informativas, é importante seguir algumas orientações:

1. Priorizar fontes confiáveis e qualificadas

Prefira sites de entidades reconhecidas — organizações médicas, sociedades de ginecologia, portais de saúde pública — que publiquem conteúdo revisado por especialistas.

2. Verificar autoria e referências

Checar se o artigo ou vídeo apresenta autoria médica ou indica referências científicas. Transparência sobre fontes, embasamento e data de publicação são sinais de credibilidade.

3. Evitar confiar cegamente em influenciadores

Relatos pessoais podem ser interessantes como vivência, mas não substituem avaliação médica individualizada. Use essas experiências como complemento, não base principal.

4. Buscar orientação médica

Sempre que possível, leve dúvidas ao ginecologista ou profissional de saúde. O ideal é aliar o que se aprende online com uma avaliação clínica para escolher o método mais adequado.

5. Atualizar-se periodicamente

As diretrizes em saúde reprodutiva evoluem. Uma fonte confiável de hoje pode ficar desatualizada. Verifique se há versões recentes ou revisões do conteúdo.

Por que tantas mulheres recorrem à internet?

Praticidade e anonimato

A internet é acessível 24h, favorece a consulta rápida, permite pesquisas discretas (sem exposição) — tudo isso facilita a busca por quem quer respostas imediatas.

Lacunas no sistema de saúde e dificuldade de acesso

Falhas no sistema público ou demora em consultas fomentam a busca por soluções online antes de procurar atendimento presencial.

Tabus, vergonha ou desconforto para perguntar pessoalmente

Questões íntimas, como contracepção, ainda geram constrangimento. A internet oferece a sensação de liberdade para questionar sem julgamento.

Reflexões finais

O fato de 59% das mulheres brasileiras indicarem a internet como principal fonte de informação sobre contraceptivos evidencia uma mudança cultural no acesso à saúde feminina. Essa tendência é mais forte nas gerações mais jovens, que nasceram imersas no ambiente digital.

No entanto, o desafio reside em garantir que esse recurso seja utilizado com segurança e responsabilidade. A internet como principal fonte de informação sobre contraceptivos só será um aliado efetivo se estiver atrelada a critérios rigorosos de qualidade e se for complementada pela orientação profissional.

Quando combinada com uma abordagem consciente — checagem de fontes, discriminação de conteúdos confiáveis, consulta médica — essa prática pode fortalecer a autonomia feminina, empoderar escolhas reprodutivas e contribuir para reduzir gestações não planejadas.

Fonte: Correio do Povo

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