A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Banco Central do Brasil.
Originalmente, “Selic” é o nome do sistema informatizado que registra, liquida e custodia operações com títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional. A taxa sobre essas operações de curtíssimo prazo (geralmente entre bancos, com títulos públicos como garantia) serve como referência para praticamente todas as demais taxas de juros do país — empréstimos, financiamentos, cartão de crédito, rendimento de aplicações financeiras, etc.
Meta Selic vs Selic Over
- Selic Meta: é o valor que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, define como meta para a taxa básica de juros. Essa meta orienta o funcionamento da política monetária.
- Selic Over: corresponde à taxa efetiva média das operações de um dia entre bancos lastreadas por títulos públicos federais. Ou seja, no mercado interbancário, para ajustes de liquidez diária
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Como a Selic é definida
O Copom se reúne aproximadamente a cada 45 dias para analisar o cenário econômico — inflação, atividade econômica, câmbio, expectativas de mercado — e decidir se a Selic Meta deve subir, descer ou se manter. Esse processo também envolve a divulgação da Ata do Copom, documento que explica os motivos por trás das decisões.
A inflação é um dos fatores centrais: quando ela está acima da meta, há pressão para elevar a Selic a fim de conter o consumo e o crédito, desacelerando a economia. Quando a inflação está controlada ou abaixo da meta, a Selic pode ser reduzida para estimular o crescimento. CNN Brasil+1
Impactos da Taxa Selic no dia a dia
A Taxa Selic pode parecer algo abstrato, mas ela afeta de várias maneiras a vida de cada pessoa. A seguir, os principais impactos práticos:
1. Custo do crédito e financiamentos
Quando a Selic sobe, o custo de empréstimos, financiamentos, uso do cartão de crédito e cheque especial tende a aumentar, porque essas operações consideram a taxa básica de juros como referência. Isso significa parcelas mais caras para adquirir imóveis, carros ou mesmo para compras parceladas.
2. Consumo das famílias e empresas
Com juros altos, o crédito fica menos acessível e mais caro, o que desestimula o consumo. Isso reduz a demanda por bens e serviços. Já quando a Selic está baixa, o crédito costuma estar mais barato, estimulando compras e investimentos.
3. Inflação e preços
Um dos objetivos principais da Taxa Selic é ajudar no controle da inflação. Quando a economia está muito aquecida, com inflação acima do aceitável, aumentar a Selic ajuda a reduzir a circulação de dinheiro, desacelerando a alta de preços. Por outro lado, se a taxa básica estiver baixa por longo tempo, pode haver excesso de demanda, o que pode pressionar os preços para subir.
4. Rendimento de investimentos
Para quem investe, especialmente em renda fixa — CDBs, títulos públicos como o Tesouro Selic, letras de crédito — a taxa Selic alta pode aumentar os rendimentos. Já em períodos de Selic baixa, esses investimentos tendem a render menos, embora ainda sejam mais seguros que alternativas mais arriscadas.
5. Setor público e dívida pública
O governo também sofre impacto: quando a taxa Selic está alta, os juros que precisa pagar sobre a dívida pública aumentam, pois muitos títulos estão atrelados à taxa básica ou dependem do custo do dinheiro. Isso pode pressionar as contas públicas e gerar necessidade de maiores arrecadações ou cortes em outros gastos.
6. Câmbio e preços de bens importados
Uma Selic alta pode atrair capital estrangeiro, valorizando a moeda local, ou pelo menos retardando sua desvalorização, o que ajuda a manter os preços dos produtos importados mais estáveis. Em contrapartida, se a Selic estiver baixa, pode haver saída de capitais, pressão sobre câmbio, encarecimento dos importados. Isso repercute no custo de bens que dependem de componentes ou matérias-primas estrangeiras.
Exemplos práticos no cotidiano
- Financiamento de imóvel ou carro: a parcela mensal pode subir se a Selic aumentar, já que bancos repassam esse custo extra.
- Cartão de crédito / cheque especial: juros elevados tornam essas dívidas ainda mais onerosas.
- Investimentos seguros: quem opta por Tesouro Selic ou CDB pega vantagem quando a taxa sobe.
- Preços de supermercado ou combustíveis: indiretamente, inflação controlada (via juros) ajuda a segurar altas injustificadas.
Considerações finais
A Taxa Selic é uma peça central da política econômica brasileira. Ela influencia não apenas o setor financeiro ou quem investe, mas todos os cidadãos, por meio do crédito, do consumo, dos preços, dos investimentos e até da carga tributária via supervisão da dívida pública. Entender como ela funciona e quando varia ajuda a tomar decisões mais conscientes — seja para contrair empréstimos, investir ou organizar o orçamento familiar.
Fonte
Infomoney – Taxa Selic: o que é, para que serve e como influencia seus investimentos